Em nível global, o mercado de sustentabilidade já alcançou o trilhão de dólares. Os fundos Artigo 9 ou “Fundos Verdes” são 470 bilhões de dólares, pelos cálculos da Morningstar. No Brasil, quem concede parecer de adequação ao Artigo 9 é a consultoria NINT (ex-Sitawi) que aponta que em 2021 as operações emitidas no país com rótulo sustentável somaram R$ 86 bilhões. O caso da AGBI é o primeiro parecer de um Fiagro emitido pela NINT. Para receberem um parecer positivo, o Fiagro precisa seguir os parâmetros de diversas taxonomias, em particular da CBI e SFDR, e estarem comprometidos com princípios exigidos pelo mercado internacional, como por exemplo o comprometimento com a manutenção de florestas, a difusão de conhecimento da agricultura sustentável, o investimento responsável e a preservação do capital natural.
Nos últimos anos, a pauta ESG – que envolve a preocupação ambiental, social e de práticas de governança – chegou ao mercado financeiro com força, pautando decisões de investimento e ganhando espaço em uma das frentes basilares para sua consolidação rumo a um mundo ambientalmente sustentável. Apesar disso, no restante do mundo a imagem e reputação do agronegócio brasileiro tem sido prejudicada pelo aumento do desmatamento e queimadas. Para contornar esta imagem, a AGBI Ativos Reais buscou a certificação sustentabilidade mais reconhecida e rígida do mundo para reforçar o caráter sustentável do investimento em terras agrícolas no Brasil realizado pelo fundo AGBI III Carbon Fiagro FIP.
Além do fundo ter como estratégia a emissão de créditos de carbono, que serão certificados na Verra, a gestora preparou um manifesto sobre princípios de investimentos sustentáveis e assumiu compromissos rígidos neste seu 3º veículo de investimento para receber a denominação de Fundo Verde pelos critérios da Climate Bonds Iniciative (CBI) e a Sustainable Finance Disclosure Regulation (SFDR), padrão da União Europeia. Entre os compromissos assumidos pelo AGBI III Carbon Fiago FIP estão o desmatamento zero, a compensação dobrada para desmate após a promulgação do Código Florestal de 2012 e o uso de técnicas como IFLP e plantio direto nas suas propriedades.
Neste mês, a AGBI assumiu um compromisso público ao escrever um manifesto enumerando os princípios que entende que uma Fiagro Verde precisa seguir. O compromisso e manifesto visam reforçar que o Agro brasileiro pode ser reconhecido como sustentável. Na Europa o assunto de taxonomia e o uso do termo “Fundo Verde” ou “Fundo Artigo 9” é algo muito sério e por isso que estes foram os padrões buscados pela gestora. Como donos de terra, responsáveis pela sua função social e pela sua qualidade a longo prazo, já eram executadas nas fazendas investidas da AGBI praticamente todas as demandas da certificação, o que reforça a sustentabilidade do bom agronegócio. A formalização dos processos serve para fortalecer a percepção de que o Agro também é Verde. Não há concorrência entre o Agro e a sustentabilidade. Há complementariedade.