De acordo com a segunda previsão para a safra de grãos 2022/23 realizada pela Conab, é esperado mais um crescimento para a agricultura brasileira e estima-se, em termos de área de plantio e rendimento, outra safra recorde. Dependendo dos climas locais, a plantação da primeira safra está a progredir. Prevê-se um total de 76,8 milhões de hectares cultivados, um aumento de 3,2% ou 2,35 milhões de hectares acima da área de cultivo de 2021/22. É de salientar que o Brasil cultiva três produtos agrícolas diferentes em vários períodos do ano, dada a sua enorme área geográfica. A primeira cultura é semeada entre o final de agosto e o início de dezembro. Após a colheita da primeira cultura (principalmente da soja), a mesma área é utilizada para cultivar a segunda e a terceira safra, que totalizam 23,6 milhões de hectares e são plantadas a partir de janeiro. Portanto, 53,2 milhões de hectares são utilizados para todas as culturas.
Estima-se que o volume de produção para a próxima colheita será de 313 milhões de toneladas, o que é 15,5% ou 42 milhões de toneladas a mais do que o que foi alcançado em 2021/22. Até então a semeadura está a avançar e a evolução das culturas é o principal tema de discussão.
Em relação a soja, as projeções apontam um plantio de 43.242,3 mil hectares para a safra 2022/23 e atualmente o processo já alcançou 47,6% da área prevista. A produtividade tende a crescer 17,3% em comparação à safra anterior, atingindo 3.551 kg/ha.
Em particular, o estado do Mato Grosso se aproxima do fim do plantio apesar das irregularidades climáticas e as lavouras estão apresentando bom desenvolvimento. A área estimada de soja está em 11,76 milhões de hectares, o que representa um aumento de 5,9% em relação à 2021/22.
Evolução da produção de grãos no Brasil
Para a safra 2022/23 a Conab estima um aumento de área plantada de 4,2% em relação à safra anterior, consequentemente, a estimativa de produção de soja em grãos para 2023 passa de 152,35 milhões de toneladas para 153,54 milhões de toneladas, totalizando um aumento de 22,3% em relação a safra de 2021/22. Estima-se que, apesar de alguns desafios climáticos, a produtividade evoluiu em 17,3% em relação à safra anterior. O aumento de área foi motivado pela manutenção dos elevados preços da oleaginosa e o pelo câmbio favorável.
Para o Mato Grosso a previsão é que sejam colhidos na safra deste ano 11,76 milhões de hectares de soja, um aumento de 5,9% em relação à colheita anterior. A maior parte deste crescimento ocorreu em áreas transformadas. Maior parte do estado registrou condições climáticas favoráveis, mas as zonas orientais e ocidentais conheceram um período seco prolongado. Certas áreas foram objeto de replantio e até suspensão da semeadura. O atraso na semeadura da soja poderá ocasionar o atraso na plantação da safra de inverno, particularmente no leste de Mato Grosso. A maioria das culturas encontra-se na fase vegetativa de desenvolvimento com vigor vegetal saudável.
Valorização das terras brasileiras por região (%) e preço de terras por região (R$/ha)
No mercado internacional os preços se mantiveram na casa dos USD35 por saca, cerca de 16,5% acima do mesmo período do ano passado, que em novembro registrava preços em torno de USD30.
No cenário atual os estoques finais americanos aumentaram e atingiram 6 milhões de toneladas. A produção global foi essencialmente mantida no nível de outubro, situando-se neste momento em 390,5 milhões de toneladas. Um pouco mais de 1,5 milhões de toneladas foram adicionadas aos estoques finais globais nos últimos meses desse ano, elevando-o total para 102,2 milhões de toneladas.
Evolução do preço da saca de soja no porto de Paranaguá em R$
Em âmbito nacional, o mercado da soja sentiu recentemente uma maior liquidez como resultado do aumento da demanda, particularmente do exterior. O aumento dos preços internacionais da soja bem como seus derivados, sustentaram os preços domésticos e atraíram os vendedores para novas negociações. O preço da saca em Paranaguá alcançou R$191,22 e está se mantendo acima dos R$185, devido a alta do dólar nas últimas semanas. A demanda externa e os preços internacionais elevados deram sustentação às exportações brasileiras, que somam 74,83 milhões de toneladas até o mês de outubro.