Créditos de carbono em fundos e ativos reais

No Brasil, a perspectiva de um mercado global de créditos de carbono é uma grande oportunidade. Só no agronegócio brasileiro, estima-se que 500 milhões de toneladas de carbono equivalente possam ser geradas para comercialização.

A alta capacidade do país para capturar carbono se deve a natureza da nossa economia e a nossa tradição de trazer tecnologia e inovação para o campo. Um grande exemplo disso é o trabalho mundialmente reconhecido da Embrapa no desenvolvimento de culturas e técnicas de plantio sustentáveis como a Integração Floresta Lavoura Pecuária (IFLP) ou suas variantes. Técnicas como estas podem reduzir a perda de carbono no solo em até 99% com relação à práticas tradicionais em alguns casos e até 25% em relação à plantio direto.

Apesar de ser sustentável e rentável, para que realmente se desenvolva, o mercado global de carbono precisa ser regulado. A discussão avança na COP 26 em Glasgow em novembro de 2021, e os países começam a explicar cada vez mais como vão fazer para atingir suas contribuições nacionalmente determinadas (NDC, na sigla em inglês) para reduzir as emissões e a regulação dos mercados está no cerne da discussão.

No Brasil, o único mercado regulado é o de combustíveis, através do RenovaBio. Nele, o final da cadeia (postos de gasolina) precisam compensar suas emissões comprando créditos do setor sucroalcoleiro (CBios) que são comercializados na B3. Os número já demonstram que a regulamentação gera resultados, ao mínimo de contabilização. Cada CBio, que equivale a uma tonelada de carbono equivalente, é trocado por um preço médio de R$ 43.66 e em 2020 foram comercializados mais de 18milhões de toneladas, 14milhões na bolsa.

Com este cenário de captura de carbono amadurecendo, em setembro deste ano a AGBI anunciou uma parceria com a startup agrícola Agrorobótica, que se desenvolveu com apoio da Embrapa e Embrapii. A agtech (startup do setor agro) de São Carlos desenvolveu software e hardware baseado na tecnologia usada pela NASA para procurar carbono no solo marciano e utiliza esta tecnologia chamada de AGLIBS para medir e auditar captura de carbono no solo e outros nutrientes que podem ser corrigidos para melhorar o resultado da lavoura.

Há vários benefícios que podem ser obtidos com a captura de carbono no solo. Além dos benefícios práticos mencionados acima, também contribui-se para a redução de emissão de gases de efeito estufa na atmosfera e, com o crescimento de mercados voluntários e regulados de carbono, facilita-se a certificação de certificadoras internacionais, como a The Gold Standard, para possibilitar a emissão de créditos de carbono. Desta forma, a AGBI está adotando critérios cada vez mais objetivos para conseguir medir seu compromisso com sustentabilidade nos seus ativos e seus fundos.

Em suma, o mercado de créditos de carbono no Brasil não somente tem potencial, como está em franco desenvolvimento. É alcançável, sustentável e tem um futuro promissor e quantificável. Além dos benefícios claros ao meio ambiente, fazendeiros e à sociedade, parcerias com a da AGBI e Agrorobótica mostra que investidores poderão se beneficiar não só do aumento de transparência das práticas de ESG, mas também com a aproximação entre o rentável e o sustentável.

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