Ao longo dos últimos 20 anos o nosso país enfrentou diversas dificuldades fiscais, sociais, política e econômicas. O que está por vir após anos de recessão mundial e pandemia são anos que contribuem ainda mais para a incerteza econômica do nosso país, assim como para todo o mundo. O brasileiro está “acostumado” a viver em um país cuja inflação no longo prazo é alta e o juro é utilizado como mecanismo de controle.
E aí, como fica o investidor institucional, ultra-high net worth individual e Family Offices nesse cenário?
Ele pode se aproveitar de produtos de renda fixa no curto e médio prazo sempre que tem algum aumento de juro real, mas o problema está no longo prazo. Em um país que a inflação tende a ser crescente e com alta volatilidade existe uma derivada no mercado de capitais que pode se aproveitar disso entregando resultado positivo ao investidor, mitigando diversos riscos durante o período e assim servir como “hedge” para esse investidor que não pode colocar todos os ovos em uma única cesta. Esses produtos são os fundos alternativos, principalmente aqueles que estão alinhados ao segmento de Private Equity.
De acordo com o U.S. Private Equity Index da Cambridge Associates¹, o segmento de Private Equity gerou retornos médios anuais de 10,48% para um período de 20 anos, entre 2001 e 2020 enquanto o Índice Russell 2000, um indicador de acompanhamento de desempenho para pequenas empresas, teve uma média de 6,69% ao ano durante esse período, e o S&P 500 retornou 5,91%. Não à toa, de acordo com o Preqin², o mercado de privado de “growth” (ganho de capital) passou de aproximadamente 15 bilhões de dólares em 2000 para quase um trilhão de dólares em 2021.
No Brasil, a ABVCAP³ fez o mesmo estudo e encontrou resultados semelhantes aos encontrados no exterior. O gráfico abaixo mostra o retorno de fundos de private equity e venture capital comparados aos resultados do IBOVESPA, CDI e do Índice MSCI para países emergentes entre 2004 e 2018. A partir de 2005, pode-se notar que os fundos de investimento privado superaram o CDI e o IBOVESPA todos os anos e pelo menos igualou o MSCI EM.
Os produtos que estão focados em ganho de capital no longo prazo, que não entregam tanta renda ao longo do período, mas investem em ativos reais que superam a inflação ao longo dos anos, mitigam diversos riscos atuariais de uma carteira e ao mesmo tempo presenteiam um investidor com superação de resultados sobre a inflação. Como disse Warren Buffett “O mercado é uma máquina que transfere dinheiro dos impacientes para os pacientes”
Olhando para o mercado de terras no Brasil, temos um exemplo perfeito do que foi dito acima.
Ao longo de 20 anos a terra em geral (pasto, lavoura, floresta etc.) valorizou em todo o país, acima da inflação, em média 5,73 pontos percentuais. Ou seja, o ativo mitigou o risco de depreciação monetária e entregou resultados para o investidor de longo prazo em um país que a inflação é substancial. Uma gestão ativa poderia gerar retornos ainda mais satisfatórios, como a estratégia de transformação de terras, integração ILPF, ou mesmo o arrendamento para terceiros, especialistas da agropecuária.
E é com o misto de competência em gestão de fazendas e a paciência para o desenvolvimento do ativo que a AGBI aplica em sua estratégia de negócios. Com mais de dez anos no agro, sabemos que se leva tempo para se transformar pasto em lavoura e alguns anos para que a terra recém transformada atinja seu pico de produtividade. Com dois veículos de investimento já desinvestidos e ativos (fazendas) transformados e vendidos, sabemos que a espera é frutífera, e nesse país “inflacionado” quem tem ganho de capital no longo prazo é Rei.
¹ – A Cambridge Associates é a proprietária do benchmark de Private Equity e é responsável pela coleta de dados, geração de referências, segurança e confidencialidade dos dados.
² A Preqin é uma empresa privada de dados de investimento que fornece informações bem como ferramentas para apoiar o investimento em ativos alternativos.
³ Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital é uma entidade sem fins lucrativos que visa o desenvolvimento da atividade de investimento de longo prazo no País, nas modalidades abrangidas pelos conceitos de private equity, venture e seed capital.