Análise do mercado de terras

O mercado de terras teve seus preços superando o índice de inflação em 2021, mesmo em um cenário elevado do índice.


Nada obstante de situações adversas, em perspectiva de crise frente a pandemia, a alta das commodities atrelada ao câmbio desvalorizado favoreceram as margens do produtor e instigaram o reaquecimento do mercado de terras com variações positivas, as quais não eram observadas há anos.


Como dito, durante grande parte de 2021 foi observado uma evolução dos preços de terras e, de acordo com o relatório IHS Markit, não foi diferente para o último bimestre do ano (novembro – dezembro), em que o valor médio das áreas referentes ao cultivo de grãos no Brasil subiu 56,38% em 12 meses, atingindo R$44.925,42 por hectare.


Ao analisar o preço médio de terras para grãos regionalmente, é observado uma valorização das áreas em todas as regiões do país. Além disso, pode-se ver a relevância do investimento em terras ao comparar as variações nominais de cada região com a inflação acumulada nos últimos 12 meses. Omitindo a região Norte, todas as outras apresentaram ganho real no período. Os ganhos reais foram de 58,59% para o Sul, 32,82% para o Centro-Oeste, 20,04% para o Sudeste e 38,28% para o Nordeste.

Preço das terras brasileiras por unidade de federação (R$/ha)
Fonte: IHS Markit – Nov/Dez de 2021

Toda essa evolução positiva no preço vem atrelada a diferentes aspectos em cada região, mas resumidamente, os fatores mais contundentes são: a baixa oferta de imóveis rurais, alta das taxas de juros, preferência por arrendamento em contraste à venda e oscilações do mercado de commodities. Além disso, melhoras em infraestrutura foram relevantes para a intensificação das buscas por ativos rurais por parte dos investidores.


Para 2022, as projeções apontam uma moderada estabilização nos preços de terras, uma vez que é provável um assentamento nas altas demandas dos produtos primários e de modo conjunto, a elevação nos custos de produção, conjuntura de desvalorização cambial, elevações da taxa de juros e possíveis adversidades climáticas, pendem a uma redução nas margens dos produtores.


Em decorrência dos fatos apresentados, pode-se concluir que o mercado de terras tende a se manter mais equilibrado em 2022. Associadamente, é esperado uma retomada e concretização dos acordos, uma vez que muitos investidores têm aguardado um momento mais estável para efetivarem seus negócios.

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