Mercado brasileiro de fertilizantes

O consumo de fertilizantes no Brasil vem aumentando ao longo dos anos, puxado principalmente pelo plantio de soja e de milho no Centro-Oeste. Dada as características do solo, carente em potássio e fósforo, nota-se um aumento proporcionalmente maior desses dois insumos, quando comparado com as necessidades das plantas.

O gráfico abaixo apresenta o consumo brasileiro de nitrogênio, fósforo e potássio de 1950 a 2020.

Principais players

Segundo levantamento publicado pela GlobalFert[1], em 2021, quatro empresas – Mosaic, Yara, Fertipar, e Fertilizantes Tocantins – detêm 86% do mercado de fertilizantes no Brasil. A Mosaic, a maior empresa de fertilizantes, possui market share de 28%. A Yara vem em segundo lugar com quase 23%. Em terceiro, está a Fertipar, com participação de 22%, seguida pela Fertilizantes Tocantins, com 13%. Os 14% restantes são divididos entre as demais empresas do setor.


[1] Plano Nacional de Fertilizantes 2050, Secretária especial de Assuntos Estratégicos

Esse arranjo do mercado local sugere a existência de uma estrutura onde um pequeno número de firmas ofertam grande parte dos produtos e por ter barreiras de entrada para outras empresas.

Essas barreiras de entrada existem por particularidades da própria indústria de fertilizantes que é intensiva em capital, intensiva em utilização de energia e ainda necessita de grandes volumes de matéria prima, o que aponta para necessidade de economia de escala[2]. Um mercado com essas características, possibilita o bloqueio de entrada de novas firmas, diminui o ritmo de inovação e provoca o aumento de preços.

Como já discutido em um artigo anterior, o conflito na Ucrânia provocou um aumento dos preços dos fertilizantes em todo o mundo. Posto isso, os desafios para o mercado interno brasileiro, dada a concentração de mercado na mão de algumas poucas empresas será ainda maior e mais pujante na cadeia.


[2] MCCORRISTON, Steve. The welfare implications of oligopoly in agricultural input markets. European Review of Agricultural Economics, v. 20, n. 1, p. 1-17, 1993.

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